Prezados Enxadristas,
Taí uma nota interessante que saiu no portal da Chessbase.com que é sobre a não inclusão do Xadrez nos Jogos Olímpicos de 2014, na França.
Discussão antiga e necessária. E aí? O xadrez deve ou não fazer parte das Olimpíadas do COI?
Na minha humilde opinião, se o xadrez fosse olímpico não passaria o vexame de ter sido excluído do JUBS, por debaixo dos panos, e tê-lo incluído novamente, após repercussão negativa da retirada.
Que a força esteja conosco!
Fábio da Rocha
Presidente do Clube de Xadrez Scacorum Ludus
Técnico de Xadrez da UFS
O Xadrez não vai ser
modalidade olímpica, nem em 2024
Por
Uvencio Blanco Hernandez
28/02/2019
– Os organizadores dos Jogos Olímpicos tem a possibilidade de fazer novas
sugestões sobre a inclusão de novas modalidades. A FIDE tinha enviado uma
solicitação para que o xadrez se convertesse em modalidade olímpica, porém o
Comitê não considerou o xadrez como um candidato sério. Artigo de opinião por
Dr. Uvencio Blanco.
Paris 2024, sem xadrez
O pedido da FIDE não foi considerado pelos
organizadores dos Jogos Olímpicos em Paris 2024. Uma das razões poderia ser o
caráter “desportivo” ou digamos “atlético” ausente no jogo.
O xadrez pode atrair muitos
espectadores, porém, não são vistos! E isso não é o que quer o COI.
No lugar do xadrez foram propostas
outros tipos esportivos que estão na moda, por exemplo, escalada desportiva,
skate, karatê, beisebol e o surfe.
A verdade é que o sonho da FIDE de
converter o xadrez em uma modalidade olímpica está morto. E, como consequência,
também poderão ser abolidas as provas de dopagem.
Carta de opinião por Dr.
Uvencio Blanco
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Em uma primeira revisão das candidaturas a
esporte do Programa dos Jogos Olímpicos Paris 2024, o xadrez não foi
considerado.
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Para o convite parisiense ingressam o
breakdance, o skate e a escalada desportiva.
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O COI afirma favorecer os agora chamados
esportes urbanos; centrados nos jovens e no equilíbrio do gênero.
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Trata-se de uma decisão injusta, porque não
reconhece uma serie de elementos importantes que justificam plenamente a
presença do xadrez no marco dos Jogos Olímpicos, seja no de Verão ou de Inverno.
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Caso exista uma remota possibilidade de
revisão do caso, estimo que a FIDE deva gerar uma nova estratégia mais contundente,
orientada a desmontar qualquer consideração que limite tal opção de ingresso.
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Estamos institucional, histórica e moralmente
obrigados a lutar por tal inclusão.
Em uma nota oficial publicada em sua página
web, o Comitê Olímpico Internacional (COI), informou ontem que “sobre a base
das reformas da Agenda Olímpica 2020, o COI se esforçou por conseguir que o
programa olímpico seja equilibrado em gênero, mais centrado nos jovens e mais
urbano”.
O breakdance, o skate e a escalada esportiva
apareceram no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos
Aires 2018; enquanto que o skate, a escalada esportiva e o surfe farão sua estreia
no programa olímpico em Tóquio, em 2020.
Os
esportes propostos para Paris 2024 serão revisados pela Comissão do Programa
Olímpico. Uma recomendação da Comissão será apresentada à Junta Executiva do
COI em março. Se for aceita, será apresentada na sessão do COI.
Depois
da sessão e após qualquer observação necessária nos Jogos de Tóquio 2020, será
finalizado o programa final do evento e as cotas dos atletas para os novos
esportes.”
Como
se pode verificar, esta nota não menciona o xadrez como esporte candidato aos Jogos
Olímpicos de 2024; portanto, nesta primeira revisão, não foi escolhido como um
esporte que pudesse ser incluído na lista curta para os Jogos Olímpicos de
Verão de Paris.
Ocorre
que, com base nas reformas propostas para a Agenda COI 2020, a tendência
favorece aos agora chamados esportes urbanos; centrado nos jovens e no
equilíbrio do gênero.
Entendo
que o presidente da FIDE, Arkady Dvorkovich, emitiu uma declaração na qual foi
expressa da seguinte forma: “Felicito aos esportes adicionais escolhidos pelo
Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Para o xadrez, Paris é o
lugar de nascimento da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), onde foi
fundada em 20 de julho de 1924. Celebraremos o 100º aniversário da FIDE em
Paris de acordo com o espírito dos Jogos Olímpicos”. Para mais adiante afirmar
que “o COI considerará a proposta e deve chegar a uma decisão antes de dezembro
de 2020”.
Diante
desta realidade quero expressar meu mais enérgico protesto ante o COI por não
considerar, uma vez mais, a candidatura do xadrez para usa participação nos
Jogos Olímpicos de Verão Paris 2024. E o manifesto assim por que:
1.
Não há dúvida alguma de que o xadrez é um
esporte, reconhecido formalmente pelo próprio COI desde 1999.
2.
A Federação Internacional de Xadrez (FIDE,
por suas siglas francesas), nasceu precisamente em Paris – França e em 2024
cumpre seu primeiro centenário. Nesse dia,, 24 de julho de 1924 corresponde ao
encerramento do campeonato de xadrez enquadrado nos Jogos Olímpicos de Paris
dessa mesma data, foi celebrada a 1ª Olimpíada de Xadrez e que foi logo não
reconhecida pelo COI alegando a presença de alguns jogadores profissionais;
situação que se opunha ao amadorismo proposto por Coubertain e que,
posteriormente, desapareceu de qualquer consideração filosófica por parte do próprio
ente olímpico.
3.
Por sua história de longa data. É tão antigo
que uma primeira e consistente hipótese indicam que a origem do xadrez se
encontra no Egito e possa remontar há mais de 1500 anos antes de nossa era;
muito antes da aparição de mais de 99% dos esportes conhecidos pela humanidade.
4.
A FIDE respeita e reconhece a diferença de
gênero e trabalha permanentemente para o seu equilíbrio. O xadrez não é um jogo
no qual gravite o sexo do indivíduo; de fato, os formatos de competições
femininas são idênticos ao masculino.
5.
O xadrez é um esporte urbano, que se pratica
sob um teto e inclusive, via internet e através de programas e consoles similares
aos e-sports, já incorporados aos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Inclusive, se
fala de até 8 milhões de partidas de xadrez jogadas diariamente por estes
meios.
6.
É um esporte que não discrimina idades, ainda
que nas últimas 6 décadas, a proporção de jovens menores de 20 anos
incorporados à sua prática, duplica ao dos demais grupos etários.
7.
É um esporte de distribuição universal, com
mais de 600 milhões de praticantes no mundo e com 190 federações afiliadas à
FIDE.
Então nos perguntamos qual requisito não reúne
o xadrez para ser considerado para o quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos? Queria
conhecer a razão.; se é que possa existir alguma que justifique esta decisão
olímpica.
Acredito que, se na verdade existe um mínimo
de possibilidades de que o nosso xadrez seja incorporado como esporte à lista
curta de 2024, a FIDE deve gerar uma nova estratégia mais contundente,
orientada a desmontar qualquer consideração que limite tal opção de ingresso. Neste
sentido estamos institucional, histórica e moralmente obrigados a lutar por tal
inclusão.
Uvencio Blanco